Nome: Alexandra Novais Araújo
Hospital: Assistente Hospitalar no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa
Estágio: Medicina Nuclear
Ano de internato quando realizou o estágio: 4º ano (2019)
Local do Estágio: Departamento de Oncologia Tiroideia do Serviço de Endocrinologia I do Hospital Universitário de Pisa, Itália
Duração: 2 meses
Orientador do Estágio: Professora Doutora Rossella Elisei
A valência de medicina nuclear é atualmente, fundamental na prática clínica dos endocrinologistas. A utilização de técnicas de imagem e tratamentos com radiofármacos é tão frequente na avaliação e seguimento da patologia endócrina que se torna essencial compreender as suas indicações, potencialidades e mecanismos de ação. A possibilidade de realizar estágio num serviço que permite o acesso às atividades associadas à medicina nuclear, mas também ao departamento destinado ao tratamento da patologia oncológica da tiróide possibilita uma aprendizagem abrangente e multidisciplinar.
O reconhecimento associado ao departamento de Medicina Nuclear e ao departamento de Oncologia Tiroideia do Serviço de Endocrinologia I do Hospital de Pisa, atualmente dirigido pelo Professor Ferruccio Santini, encontra-se bem consolidado. Desde a sua formação em 1977 até à atribuição do título de “Centro colaborador da OMS para o diagnóstico e tratamento do cancro da tiróide e outras doenças da tiroide” em 1995 (resultado do trabalho desenvolvido na área da investigação do cancro da tiróide associado ao desastre de Chernobyl) que este serviço se apresenta como centro de referência internacional.
Por se apresentar como um serviço com forte componente de investigação clínica, haverá a oportunidade de observar algumas das investigações em curso. Durante o período do meu estágio tive a possibilidade de assistir às consultas de follow-up integradas no estudo: “Active surveillance in papillary thyroid microcarcinomas is feasible and safe: experience at one single Italian center”. Clinicamente, por apresentar um volume de doentes muito significativo, foi possível contactar com patologia variada e com espetros de apresentação muito distintos. A observação e participação em técnicas como a ecografia cervical e citologia tiroideia foi outra das características positivas deste estágio, dada a possibilidade de aumentar a familiaridade com a realização da técnica em si, bem como com a interpretação das imagens / resultados.
Considero que este foi o estágio mais proveitoso realizado ao longo do meu internato, não só pelas competências técnicas e científicas adquiridas, mas também a nível pessoal. A partilha de experiências e visões com colegas com uma cultura médica diferente é sempre enriquecedora!