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Perfil - Mariana P. Monteiro

Perfil
Ed.
Julho 2021

Tenho 49 anos e sou natural do Porto. Fiz o Curso de Medicina na Faculdade de Medicina do Porto e o internato de Endocrinologia no Hospital Geral de Santo António.

Quando acabei o internato pensei que queria enveredar por um percurso profissional que me permitisse contribuir para o progresso do conhecimento médico- científico e não ficar maioritariamente dedicada à aplicação das competências adquiridas nas atividades clínicas de rotina.

Mais tarde apercebi-me que ter sido Research Fellow no Imperial College em Londres e posteriormente enveredado pela carreira académica no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto foi a opção mais acertada para responder aos desafios que me tinha proposto.

Atualmente sou Diretora da Unidade Multidisciplinar de Investigação Biomédica (UMIB) do ICBAS na qual também lidero um grupo de investigadores básicos e clínicos dedicados ao estudo da Endocrinologia, sou ainda Professora Associada na mesma instituição e exerço atividade clínica como Endocrinologista no Hospital da Luz Arrábida.

O meu dia típico de trabalho caracteriza-se por raramente ser típico, dada a diversidade das funções que exerço e ao facto de não terem uma distribuição homogénea ao longo das diferentes semanas do ano.

O que eu gosto mais na minha profissão é a riqueza humanística que é inerente a todas as suas vertentes da clínica à docência e passando pela investigação. Os meus projetos atuais de trabalho são diversos, mas podem ser resumidos numa frase “promover o reconhecimento internacional do trabalho inovador desenvolvido em instituições nacionais”.

Arrependo-me de muito pouco, o tempo acaba por nos demonstrar que mesmo os esforços que no momento pensamos terem sido desperdiçados tiveram um propósito. No futuro, gostaria de olhar para trás e ter a certeza de ter cumprido a missão que me estava destinada. Gostava de ter mais tempo para fazer de um modo mais pausado tudo o que já faço com menos tempo.

A Endocrinologia portuguesa deveria apostar na formação de mais médicos cientistas com capacidade para formular e testar hipóteses.

Um conselho que dou aos mais novos é que mantenham um espírito crítico, questionando os paradigmas e procurando contribuir ativamente para a obtenção de evidência enquanto motor de progresso e inovação em Medicina.