O meu nome é Rui Carvalho e nasci na Ordem de São Francisco, no Porto, em 1962. Tenho 61 anos e sou Endocrinologista. Porquê? Ainda hoje não sei bem, mas alguma sublimação mental originada por um Assistente da Cadeira de Medicina 1 chamado Davide Carvalho pesou na decisão com toda a certeza.
Fiz o Curso de Medicina na Faculdade de Medicina do Porto e abracei o Harrison durante quase dois anos. Podia escolher o que quisesse, mas entrei no Internato no Serviço de Endocrinologia do Hospital de Santo António em 1989 onde ainda me encontro a trabalhar. Estar num Serviço com mais de 50 anos de História é um privilégio e sinto-o como uma segunda família.
É o local onde consegui realizar todos os anseios e objectivos de um Endocrinologista no seu percurso de vida, quer na actividade assistencial, quer na investigação, quer no ensino. Consegui iniciar e conciliar a Consulta de Endocrinologia privada onde realço que a única diferença que existe entre as duas é que, no foro privado, as pessoas podem-me escolher e é aí que reside a maior satisfação de ser Endocrinologista.
Dou-vos um exemplo de satisfação maior: fazer o diagnóstico de uma Acromegalia ou Doença de Cushing no acompanhante de um doente consultado por outra patologia!
Durante o meu percurso tropecei no Pé Diabético, uma terra mal-amada onde aprendi a trabalhar em uníssono, no lema “tudo no mesmo lugar e ao mesmo tempo”. Com pequenas coisas consegue-se ajudar estes doentes e obter grandes resultados clínicos. É uma satisfação estar à frente da melhor Unidade de Pé Diabético do Mundo e ter um orgulho infinito em toda a equipa que está comigo.
Por último vou tentar manter aquilo que mais gosto de fazer: ensinar e tentar passar o testemunho.
Deixo um conselho: Basta ser Endocrinologista e gostar do que se faz: os doentes aparecem naturalmente…e eles são o nosso maior propósito.