_Artigo RPEDM
1_"Use of SGLT2 inhibitors in Type1 Diabetes: Experience from a Portuguese Tertiary Center."
Aveiro-Lavrador M, Araújo B, Melo M, Barros L, Paiva I.
Revista Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo - Online first: 2022-11-01.
A utilização dos inibidores do SGLT-2 como terapêutica adjuvante na DM tipo 1 tem merecido um interesse crescente. Este estudo avaliou o impacto da introdução da dapagliflozina num grupo de 17 doentes com DM tipo 1 sob múltiplas administrações diárias de insulina ou PSCI, que cumpriam critérios clínicos estritos. Verificou-se uma melhoria do controlo glicémico, com diferenças significativas na % de tempo no alvo, coeficiente de variação, GMI, dose diária total de insulina, bem como uma redução significativa do peso. Constatou-se também uma maior mitigação da excursão glicémica no período do almoço, possivelmente relacionada com a posologia utilizada. O artigo reforça a evidência de que esta classe pode desempenhar um papel importante na abordagem da DM tipo 1.
Mariana Aveiro Lavrador, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
_Artigos em revistas internacionais
2_"Monitoring of continuous subcutaneous insulin infusion treatment in Portugal and its implications for diabetes management.
Figueiredo AR, Matos T, do Vale S. Hormones (Athens)."
2022 Nov 7. doi: 10.1007/s42000-022-00412-8.
Com o objetivo de avaliar os resultados do tratamento com perfusão subcutânea contínua de insulina (PSCI), na população portuguesa, foi efetuada uma análise retrospetiva dos registos dos utentes monitorizados na plataforma de gestão dos dispositivos de PSCI da DGS. Os utentes sob PSCI tinham, em média, uma HbA1c inferior, bem como uma menor frequência de episódios de hipoglicemia grave e cetoacidoses. Estes resultados validam a vantagem da utilização de PCSI no controlo metabólico e redução das complicações agudas da diabetes tipo 1 e salientam ainda, que apesar da PSCI classicamente estar associada a um risco aumentado de cetoacidose, em centros experientes, com adequada educação do doente, o oposto é verificado.
Ana Rita Figueiredo, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte
Sónia do Vale, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, Direção-Geral da Saúde, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
3_"Visceral Obesity Is Associated with Shorter Progression-Free Survival in Well-Differentiated Gastro-Entero-Pancreatic Neuroendocrine Neoplasia."
Santos AP, Rodrigues J, Henrique R, Cardoso MH, Monteiro MP
J Clin Med. 2022 Oct 12;11(20):6026. doi: 10.3390/jcm11206026.
O artigo publicado pelo nosso grupo no JCM (IF4.964), está incluído num grupo de artigos elaborados no âmbito do meu projeto de doutoramento, que teve como objetivo avaliar a relação entre a obesidade e a síndrome metabólica e os Tumores Neuroendócrinos(TNE) digestivos bem diferenciados. A relação entre a obesidade, a DM2 e o cancro são atualmente um dos focos de maior interesse na investigação em oncologia, pela importância que têm na Prevenção do cancro. No entanto, muito pouco se sabe acerca da influência dos FRs modificáveis no aumento recente de incidência dos TNE, bem como no prognóstico da doença. Embora seja um trabalho unicêntrico, as nossas conclusões poderão abrir portas para um novo paradigma, no sentido de integrar os TNE no grupo de neoplasias preveníveis, através de mudanças no estilo de vida.
Ana Paula Santos, Instituto Português de Oncologia do Porto; Porto Comprehensive Cancer Center (Porto.CCC).
4_"Adherens Junction Integrity Is a Critical Determinant of Sodium Iodide Symporter Residency at the Plasma Membrane of Thyroid Cells."
Márcia Faria, José Vareda, Micaella Miranda, Maria João Bugalho, Ana Luísa Silva*, Paulo Matos* (co-senior authors)
Cancers (Basel). 2022 Aug 10;14(16):3865. doi: 10.3390/cancers14163865.
Um número significativo de carcinomas diferenciados da tiroide progride para doença avançada refratária ao tratamento com iodo radiativo (131I). A expressão funcional do simportador de sódio e iodo (NIS) na membrana plasmática (MP) das células foliculares da tiroide é o principal fator limitante para a viabilização desta terapia. A via de sinalização SRC/RAC1/PAK1/PIP5K/EZRIN foi previamente identificada como uma das promotoras da residência de NIS na MP. Neste trabalho, a adesão célula-célula foi identificada como o evento a montante desta via de sinalização, tendo um papel determinante na presença e retenção do NIS na MP. Esta nova via de regulação envolve a catenina P-120 que induz o recrutamento do fator VAV2, sendo este fosforilado pela tirosina cinase SRC, o que permite a ativação da GTPase RAC1, induzindo a retenção de NIS na PM. A perda de integridade estrutural das adesões célula-célula pode contribuir para a refratoriedade ao 131I. Agentes terapêuticos capazes de melhorar a adesão célula-célula poderão ser uma potencial alternativa para maximizar a eficiência da terapia com 131I
Márcia Faria, Estudante de Doutoramento do programa BioSYS da unidade I&D BioISI da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, no Grupo de Oncobiologia e Vias de Sinalização do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e no Grupo de Tumores Endócrinos e Sinalização do Serviço de Endocrinologia do CHULN-HSM.
Maria João Bugalho, Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital de Santa Maria; Faculdade de Medicina de Lisboa – Universidade de Lisboa
5_"Endocrine-disrupting chemicals and endocrine neoplasia: A forty-year systematic review."
Macedo S, Teixeira E, Gaspar TB, Boaventura P, Soares MA, Miranda-Alves L, Soares P.
Environ Res. 2022 Nov 30;218:114869. doi: 10.1016/j.envres.2022.114869.
Os disruptores endócrinos (EDCs) são substâncias ubíquas no ambiente, muitas delas reconhecidas como tumorigénicas. A literatura demonstra que compostos já abolidos continuam a contribuir para o aumento da incidência de neoplasias. Esta revisão sistemática investigou a associação entre a exposição humana a EDCs e o risco de tumores endócrinos, nomeadamente mama, próstata, tiróide, útero, testículo e ovário. A revisão feita inclui estudos publicados nos últimos 40 anos. Como principal achado do nosso estudo, a tiróide foi o órgão que apresentou maior risco de cancro associado à exposição a EDCs, o que poderá explicar o aumento da incidência destes tumores.
Paula Soares, FMUP, i3S, IPATIMUP
Sofia Macedo, ICBAS, FMUP, i3S
Elisabete Teixeira, FMUP, i3S
Tiago Gaspar, ICBAS, FMUP, i3S