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Tema de Capa - Luís Sobrinho

Tema de Capa
Ed.
Janeiro 2022

Luís Gonçalves Sobrinho, nasceu em Lisboa a 18 de Fevereiro de 1939. É casado, tem 2 filhos e 3 netos. Desde pequeno pensou ser médico, porque no ambiente familiar havia uma grande admiração pela profissão, que era muito valorizada. Se não fosse médico, teria sido engenheiro. Licenciou-se pela Faculdade de Medicina de Lisboa em 1963 e entre 1966 e 1968 fez serviço militar em Moçambique, que considera ter sido uma experiência enriquecedora. Desde cedo quis ser Endocrinologista, pois a Endocrinologia surgiu como uma área misteriosa a desbravar. Formou-se na Consulta de Endocrinologia do IPO de Lisboa e no Laboratório de Endocrinologia do Serviço de Clínica Médica do Hospital de Santa Maria. Em 1962, fez estágio em Inglaterra, em endocrinologia laboratorial. Entre 1968-1969 esteve na Yale University Medical School, tendo sido “Research Fellow” no primeiro ano e “Assistant professor of Medicine and Gynecology" no segundo ano. Nesta universidade trabalhou sob a orientação dos Profs. Nathan Kase (Ginecologia Endócrina), Philip Bondy (Endocrinologia Geral) e Jerome Grunt (Pediatria Endócrina). Fez exame de Endocrinologia em 1970, em Coimbra, tendo o então jovem Dr. Almeida Ruas participado no júri. Especializou-se em patologia tiroideia, hipófise, prolactina e regulação do metabolismo do cálcio. Foi Diretor de Serviço de Endocrinologia do I.P.O. de Lisboa entre 1996-2009. As suas referências são Luis Silveira Botelho, Manuel Neves e Castro, Nathan Kase e Eduardo Luis Cortesão. Da sua vida profissional, destaca 2 marcos: ter liderado o grupo que demonstrou, pela primeira vez, que a bromocriptina diminuía o volume dos macroprolactinomas e ter liderado o grupo que identificou a contribuição de factores psicogénicos na génese de prolactinomas. Salienta ainda descobertas sobre o papel da prolactina na génese de prolactinomas, pseudogravidez, amamentação vicariante, obesidades dinâmicas e galactorreias psicogénicas.

Arrepende-se de não ter sido capaz de retribuir o amor que recebeu de algumas pessoas, mas orgulha-se de ter deixado, nos colegas com quem conviveu, um legado de espírito crítico e de curiosidade científica sem compromissos.

O seu maior hobbie é a leitura. Experimentou o piano, a vela e o ténis, mas as suas performances foram “modestas”. Adepto do Sporting, gosta de assistir a jogos de futebol e ténis. O seu livro preferido é “The Conquest of Happiness” de Bertrand Russel. O seu filme favortio é “Derzo Usala” de Akiro Kurosawa. Apreciador de música clássica (tem um “fraquinho” por Chopin), gosta também de poemas cantados franceses (Piaf), brasileiros (Vinícius), e americanos (Bob Dylan). A sua viagem mais marcante foi um intercâmbio no Irão, onde ficou três dias alojado com uma família local, experiência “irrepetível!”. Considera que o seu talento escondido será a capacidade para distinguir o essencial do acessório.

Conselho aos mais novos: “Estejam atentos. Vocês pensam que são médicos, mas para as forças-motrizes da Sociedade vocês não passam de vendedores. Não hesitem em questionar os produtos que vos põem no mostruário – valores, conceitos, tecnologias e fármacos – por muito respeitáveis que vos pareçam, tanto os produtos como quem os promove.”